Bruna Escreveu:Eu acho engraçado isso, muitos dubladores realmente excepcionais e muito conhecidos ás vezes nem tiveram grandes "bonecos", no caso do Borges, ele acabou ficando mais conhecido pelo Dr. Smith mesmo, infelizmente isso acontece por causa da grande variedade de dubladores que dublam uma só pessoa. Na verdade nem sei se isso é ruim ou não, mas na minha opinião, na maioria das vezes é ruim. Você ver Três Homens e Conflito com aquela dublagem maravilhosa da Herbert com Orlando Prado, André Filho e o Ionei Silva, e depois ver Por um Punhado de Dólares, que é da mesma trilogia, dublado pela Dublavídeo. E por mais que eu goste da Dublavídeo, acho que a qualidade do trabalho não chegou nem aos pés do feito pela Herbert. E ainda tem Por uns Dólares á mais, que tem uma dublagem totalmente diferente dos dois outros filmes, então quer dizer, acaba sendo meio chato. No original, a voz nunca muda. No máximo o ator muda, mas isso é mais difícil porque há muito mais cuidado com isso, em função de não serem milhares de filmes por ano que um ator de lá faz, como dubladores fazem aqui.
O Borges dublou muita coisa, mas creio que pelo tipo de voz que ele tinha, era meio difícil escalá-lo num galã com aqueles vozeirões e aquela coisa toda. O Dráusio de Oliveira e o Campanile, por exemplo, são o contrário, quase sempre eram os galãs. Na AIC havia essa coisa de encaixar o tipo de voz do cara pra um determinado tipo de papel. Mas o Borges era um 'monstro' na interpretação, podia realmente fazer qualquer papel. O Miguel Rosenberg é um exemplo também, ele fez um papel de galã, e não gostou, achava que não combinava com a voz dele. A maioria dos papéis dele eram de senhores, velhinhos, esse tipo de coisa, desde sempre.
Sobre a mudança de voz em sequências de filmes, bem, é um troço complicado, vide o caso Star Wars. Nem sempre é possível.