Eu fiz um comentário, não um tópico, mas um comentário sobre isso, só não lembro se foi no tópico dos Desabafos sobre Dublagem, ou se foi no de Registros raros, mas algo que é muito difícil de dublar são programas de esquetes.
Posso citar como exemplo Key & Peele. Além do programa começar basicamente com um show de Stand Up do Keegan Michael Key e do Jordan Peele em todo episódio (o que linka com o comentário do Derek acima, sobre Seinfeld), muitas das esquetes são relacionadas a um humor tipicamente racialista norte-americano, que fala sobre o racismo na cultura norte-americana, sobre estereótipos, sobre inclusive o sotaque diferente dos negros lá, em decorrência da segregação racial, sobre nuances de linguagem, entre outras coisas que são muito afro-americanas para o entendimento do brasileiro médio.
Tem uma esquete por exemplo, que é sobre o uso do termo "bitch" por parte dos negros nos EUA, só que isso simplesmente não tem equivalência no nosso idioma nem no contexto do nosso país. Traduziram como "vaca", e o sentido se perdeu completamente.
Pior que a dublagem é até boa na medida do possível, foi feita na Centauro, direção do Nelson Machado, e a tradução em geral quase não tem gafes (só me recordo de uma em que "Tea Party" foi traduzido como "Partido do Chá" ao invés de "Republicanos", mas é realmente a única), em geral tentaram fazer um bom trabalho e isso se percebe, diferentemente de um Family Guy da Dublavídeo da vida, mas era simplesmente impossível. Seria como, porcamente comparando, se qualquer programa brasileiro de humor, desses da TV aberta mesmo, que passavam na Globo, que seja muito relacionado ao contexto nacional fosse dublado em inglês para passar nos EUA, mais de 90% das referências se perderiam no processo de adaptação.
Agora pegando o link com o Seinfeld, acho que o costume influencia. Fora o fato de ser uma série antiga dublada 30 anos depois.
Mas acho que o que realmente pega ali não é nem a dublagem pelas vozes, atuações ou o texto em geral, mas os números de stand up do Jerry Seinfeld nos inícios e finais de episódio. Aquilo sim, realmente perde a graça na dublagem, sem sombra de dúvidas.
(Este post foi modificado pela última vez em: 19-06-2025, 21:44 por SuperBomber3000.)
Posso citar como exemplo Key & Peele. Além do programa começar basicamente com um show de Stand Up do Keegan Michael Key e do Jordan Peele em todo episódio (o que linka com o comentário do Derek acima, sobre Seinfeld), muitas das esquetes são relacionadas a um humor tipicamente racialista norte-americano, que fala sobre o racismo na cultura norte-americana, sobre estereótipos, sobre inclusive o sotaque diferente dos negros lá, em decorrência da segregação racial, sobre nuances de linguagem, entre outras coisas que são muito afro-americanas para o entendimento do brasileiro médio.
Tem uma esquete por exemplo, que é sobre o uso do termo "bitch" por parte dos negros nos EUA, só que isso simplesmente não tem equivalência no nosso idioma nem no contexto do nosso país. Traduziram como "vaca", e o sentido se perdeu completamente.
Pior que a dublagem é até boa na medida do possível, foi feita na Centauro, direção do Nelson Machado, e a tradução em geral quase não tem gafes (só me recordo de uma em que "Tea Party" foi traduzido como "Partido do Chá" ao invés de "Republicanos", mas é realmente a única), em geral tentaram fazer um bom trabalho e isso se percebe, diferentemente de um Family Guy da Dublavídeo da vida, mas era simplesmente impossível. Seria como, porcamente comparando, se qualquer programa brasileiro de humor, desses da TV aberta mesmo, que passavam na Globo, que seja muito relacionado ao contexto nacional fosse dublado em inglês para passar nos EUA, mais de 90% das referências se perderiam no processo de adaptação.
(19-06-2025, 19:47 )Derek Valmont Escreveu: Uma série que eu senti que no dublado simplesmente não funcionou foi Seinfeld. Com todo respeito ao elenco inteiro, eu achei meio sem sal comparado ao áudio original. Eu tava meio que acostumado à ver em inglês, que vendo em português eu fiquei tipo, "o quê?". Bem inferior e aquém.
Agora pegando o link com o Seinfeld, acho que o costume influencia. Fora o fato de ser uma série antiga dublada 30 anos depois.
Mas acho que o que realmente pega ali não é nem a dublagem pelas vozes, atuações ou o texto em geral, mas os números de stand up do Jerry Seinfeld nos inícios e finais de episódio. Aquilo sim, realmente perde a graça na dublagem, sem sombra de dúvidas.