Kevinkakaka Escreveu:Eu concordo que devia haver um esforço maior em neutralizar sotaque, mas em ambos os polos.Mas se for olhar dessa forma sobre o S chiado, então não pode reclamar também do R "retroflexo" (ou puxado) porque ele veio do sotaque indígena para o português. Olhando bem, ambos têm influências das nossas origens.
Não sei onde vocês acham a dublagem paulistana mais neutra, porque o que tem de "casameinto", "enteindo", omissão da partícula "se" (exemplo: Eu tenho uma amiga que CHAMA Paula) e erres carregados em dublagens feitas em São Paulo não está no gibi.
E Super, você citou como exemplo de "neutralidade" dubladores que não pronunciam o "S" de maneira chiada. Chiar o S não é um problema, até porque é assim que nossos colonizadores o pronunciavam e pronunciam até hoje. Acho que isso está mais pra um preconceito seu do que uma falha dos dubladores cariocas, hehe.
E essa questão do sotaque eu acho bem complicada porque o que é colocado como "sem sotaque" ou "neutro" meio que não existe, é algo fabricado pra televisão, em especial pros telejornais (e a gente se acostumou a isso, obviamente). Então qualquer canto do país tem sotaque - qualquer canto mesmo, sempre tem um que fala "ah, mas eu não tenho sotaque"; tem sim, amigo, tem sim. Minha opinião impopular é: acho um crime meio que tentar sufocar sotaques, a gente que adapte os ouvidos e se acostume porque o país é enorme e diverso.
O ponto que eu acho relevante discutir são os regionalismos porque expressões e palavras muito específicas de certas regiões podem comprometer o entendimento da obra. Então, quando vão usar gírias e afins, é melhor usar algo que seja mais geral justamente pra que não haja prejuízo na compreensão do público, que pode ser gaúcho ou amapaense.