Acho que depende. Existem sim dubladores mais novos que têm elasticidade vocal para envelhecer a voz sem ficar caricato ou ruim, como também o contrário. Só que é uma minoria ínfima dentro da dublagem brasileira que possui essa habilidade, infelizmente. Nesses casos, é bem melhor e mais seguro escalar um ator que tenha idade mais próxima da do ator original.
Toomy_Shelby044 Escreveu:Só funciona em animação no máximo, e as vezes nem em animação
Depende. Você pega um The Last of Us da vida (o game no caso), o Joel apesar de ser um cara nos seus 40-50 anos, é interpretado no original pelo Troy Baker, que tinha nem 40 quando interpretou o personagem, e tem uma voz naturalmente jovial. Porém, ele modulou a própria voz para soar como um cara mais velho, e fica bom, não fica caricato. E por mais que o game seja animado, ele tem apelo realista.
A questão é que a dublagem brasileira em geral sempre foi voltada para live-actions e sempre teve essas regras internas de não poder dobrar um mesmo ator mais que 2, 3 ou 4 vezes num mesmo episódio/filme/etc; o que tem as suas vantagens, mas certamente tem as suas desvantagens. Como resultado, a esmagadora maioria dos dubladores brasileiros quase nunca treinaram a habilidade de "criar vozes" diferentes, simplesmente porque isso não é praticado no nosso mercado, diferentemente de outros lugares como os EUA, a França, ou o Japão. Aqui no Brasil o dublador é habituado a ir no estúdio, fazer a participação dele numa série de algum streaming ou da TV Paga lá por duas horas, ir em outro estúdio e dublar um documentário por mais uma hora, depois grava uma novela em outro, aí umas pontas num filme em outro, etc... tudo com praticamente o mesmo timbre, aí realmente não precisa aprender a alcançar tons diferentes.
Quanto ao Pissardini no Harrison Ford, é ruim sim. Tinham escalas mil vezes melhores.