Kevinkakaka Escreveu:Eu não me incomodo com isso.
As dublagens cinematográficas do Rio gritam por renovação de vozes; o importante é que o dublador esteja ao menos à altura do ator.
Você acha que ele está aquém do ator do Apocalypse? Eu não sei quem e.
Olha, eu teria que analisar a performance dele neste filme. Renovação sim, sou totalmente favorável, até porque esse pessoal todo que tá aí ainda não vai durar pra sempre, o problema é como e com quem. Nada contra o Daniel Muller em si, mas não sei até que ponto ele funcionaria bem nesse ator e nesse papel em específico. Não se esqueça que ele não é um vilão qualquer, é um dos maiores vilões dos X-Men (é aquele cara que era o último chefão naqueles games antigos Marvel vs Capcom rsrsrs).
Sobre a questão da fidelidade, bem, a fidelidade ao original não é uma coisa só, quer dizer, são vários aspectos que um dublador tem que contemplar a fim de alcançar essa fidelidade ao trabalho original, elas vão desde o tom de voz, a qualidade e a semelhança das inflexões, e a fundamental capacidade de convencer naquele personagem, seguindo o estilo de interpretação do ator original e utilizando o seu, naquele ator.
Em todos estes anos que acompanho a dublagem, poucos são aqueles dubladores que são capazes de chegar a um ponto quase que perfeito dessa fidelidade, como é o caso do Antônio Patiño dublando o Tio Patinhas em Ducktales, e o Isaac Bardavid em Batman Animated, o Bardavid é ainda mais interessante pelo fato de que o timbre de original era muito distinto do dele, e ainda assim em termos de interpretação ele alcançou uma qualidade e uma fidelidade incrível ao original, trabalho de craque. Outros grandes dubladores ignoram isso de fidelidade e acabam interpretando a seu modo, é o caso do Darcy Pedrosa no Coringa por exemplo em Batman The Animated Series, o Darcy foi muito ele ali naquela dublagem, interpretou muito a seu modo. Mas naquela época podia, havia mais liberdade pra esse tipo de coisa acontecer, os diretores tinham mais liberdade pra criar e deixar os atores criarem também.
Inclusive tem atores que mesmo sendo dublados por caras muito experientes não tem essa fidelidade. O Seixas por exemplo no Sean Connery mais velho (no Bond eu acho o Seixas muito mais fiel), e o Darcy também. Já o Pádua mesmo com o timbre bem distinto conseguiu ser bastante fiel ao trabalho do Connery mais velho.
Quer dizer, a fidelidade é importante. Mas o convencimento e a verdade que o dublador passa em determinado personagem e/ou ator é também fundamental. É isso que gostaria de saber se o Muller pode alcançar, caso contrário fica "dublado demais" e fica desagradável, já que o ideal é "deixar o cara falando em português". A seu modo, ou do melhor modo que puder.