BruceDubber Escreveu:Felipe81 Escreveu:Nem me fale BruceDubber! Posso ser sincero, se eu tivesse nascido nos anos 50/60 e tivesse crescido, convivido e acompanhado essa fase excelente da dublagem brasileira, da época da AIC, Peri Filmes, Herbert Richers; e notasse todas as mudanças absurdas na dublagem nos anos 80 e 90; eu já me decepcionaria com a dublagem brasileira em 1996-1997!! Bem antes do advento da internet!! Nada contra essa geração atual desses neo pseudo dubladores!!Cara, não é que antigamente não houvessem dubladores ruins. Não gosto do trabalho do Flávio Galvão, por exemplo. Sei que ele é muito memorado pelo papel de Major Nelson na série Jeannie é um Gênio, mas eu honestamente creio que ele foi bem mediano nesse papel. O caso é que a comunidade de dubladores antigamente era muito mais unida tanto para lutar por causas internas quanto para lutar por causas externas. Hoje em dia não há união, os diretores fazem o que querem com dublagens de filmes e não enfrentam oposição, os dubladores em geral não se gostam, se traem com facilidade e não guardam remorso -- vide caso do Briggs com o Clécio -- e tem todo esse negócio de dublar separado, que acaba muito afetando o resultado afinal. Antigamente havia química e quem fazia, fazia por paixão.
Olha essa é uma questão complicada, esse negócio de ruim ou bom, melhor ou pior é algo extremamente subjetivo. Tem muito de mito nessa história de que a dublagem de antigamente era absolutamente irretocável. Não é verdade, haviam bons e maus profissionais, entretanto valorizava-se mais a interpretação, ou seja os atores de antes pareciam passar mais convencimento, mais verdade em seus trabalhos, mesmo aqueles que não tinham formação teatral mandavam bem na interpretação. As coisas eram muito diferentes, hoje e ontem, e continuarão sendo, é complicado ficar comparando passado e presente, porque são situações diferentes, contextos totalmente distintos. Mas sobre a interpretação é fato, embora dubladores como Miriam Ficher e Márcio Seixas critiquem os intérpretes do passado, eles são obrigados a reconhecer a queda de qualidade no quesito interpretação, coisa que foi reconhecida corajosamente pelo Jorgeh Ramos em uma entrevista que ele deu ao Almir Marques. Isso é fato, se até os dubladores reconhecem, a gente tem que reconhecer também. Mas cabe dizer aqui que toda generalização incorre no erro, que é o erro de esquecer que sempre houve e sempre haverá as exceções.
Sobre o Flávio Galvão, não acho que ele era mau dublador, conheço mais o trabalho dele em desenhos animados, e posso dizer que ele era um cara versátil. Não conheço tanto os trabalhos "normais" dele pra elaborar alguma opinião sobre o assunto, mas essa versatilidade em criar tipos é algo a se considerar como característico de um bom dublador.
Sobre a união dos dubladores, era de se esperar que realmente no passado houvesse união entre os dubladores, no entanto, já nos anos 80 são conhecidos casos de desentendimentos entre dubladores, e a classe só parecia ser mais unida, mas não era tanto assim, então posso dizer que há um pouco de mito nisso também. Não acho que seja necessário haver mais união, afinal não é muito ético pedir para que pessoas que se odeiam se gostem hehehe, mas se houver profissionalismo e sobretudo justiça. aí sim, mesmo todo mundo se odiando (hehe) o negócio sai. Infelizmente no Brasil o Q.I. (Quem indica) vale mais do que o talento, não só no Brasil, mas como é a realidade que eu mais tenho contato, posso falar com mais propriedade.
BruceDubber Escreveu:Outro que fazia esse ator como ninguém era o Jomery Pozzoli, que infelizmente nos deixou recentemente.
O Jomeri Pozzoli faz muita falta, eu curto muito o trabalho dele, é um dos meus dubladores favoritos, e a melhor voz que Anthony Hopkins já recebeu no Brasil. Com todo o respeito aos demais também atores excelentes, como o próprio Luiz Carlos de Moraes, Darcy Pedrosa, Isaac Bardavid, Domício Costa e até Newton Da Matta, entre outros tantos atores de altíssimo nível.