Aliás, fora o Queer Duck que eu mencionei antes, tem uma outra dublagem paulista (da Álamo especificamente) que eu acho que pegou um pouquinho essa essência do caricato do produto original, que era daquele 31 Minutos, que nem era um desenho em si, mas um programa de esquetes chileno com marionetes, onde 6 ou 7 atores fizeram todas as vozes no original, e a dublagem respeitou isso (o elenco brasileiro consistia basicamente de Wendel Bezerra, Alfredo Rollo, Luiz Laffey, Cecília Lemes, Tatá Guarnieri, Marcelo Pissardini e mais uns 2 ou 3 nomes).
E posso dizer que funcionou, o texto tinha muitas liberdades, os dubladores realmente puderam criar, de modo que a dublagem saísse proporcional ao que era feito no original. De todos os estúdios de São Paulo, acho que a Álamo era o que melhor tinha know how para dublar esse tipo de projeto, uma pena que foi a Dublavídeo, com aquelas traduções púdicas da época, que foi quem pegou os maiores projetos do gênero feitos em SP na época.
Agora voltando ao assunto do tópico, se tratando de South Park, mais precária que tenha sido e seja a dublagem de Miami até hoje, foi a visão artística da Marta Rhaulin e dos co-diretores da BVI Communications e Kitchen (Mônica Maioli e o Gerson Quadrado tempos depois) que contribuiu para o sucesso da dublagem em si. É uma pena que ela não esteja mais nesse trabalho. Sem ela, a dublagem do desenho em Miami não vale nada, essa é a verdade, com todo respeito aos que ainda restam do elenco das temporadas mais antigas (até a 16ª), mas é a realidade.
E aí, a gente compara com a dublagem do filme (que, por muitos anos, foi a única "autorizada" a ser comentada e elogiada nas bolhas de fãs de dublagem, é a verdade, se isolando do que o público brasileiro normal de fato pensava e tinha como referência em relação à série), é meio que isso que faltou nela também. Quer dizer, o filme era um musical, mas as músicas não eram dubladas; o filme até tinha palavrões, mas tirando isso, o texto em geral era todo quadradinho, sem muitos improvisos e adaptações que pendessem ao caricato; e as vozes também, embora Stan, Cartman e Kyle até soassem caricatos feitos pelo Torreão, Ettore e Barbeito, muita da graça se perdeu. E isso é consequência de visão artística. Só de ter palavrões, a dublagem do filme de SP já sai bem na frente de um Family Guy na Dublavídeo da vida, mas era necessário muito mais do que só botar os bonequinhos xingando.
Nesse aspecto (de entender o caricato da obra), até achei a dublagem do game atual como um todo, melhor que a do filme de SP. Por exemplo, pelas falas do Soretinho sobre matéria escura, é de se imaginar que o Adrian se divertiu dublando elas, só pela entonação que ele deu, e pela própria tentativa (não muito bem sucedida, mas tentaram e é de se respeitar) de dobrar certas vozes. Mas ainda faltou algo.
(Este post foi modificado pela última vez em: 23-08-2024, 00:18 por SuperBomber3000.)
E posso dizer que funcionou, o texto tinha muitas liberdades, os dubladores realmente puderam criar, de modo que a dublagem saísse proporcional ao que era feito no original. De todos os estúdios de São Paulo, acho que a Álamo era o que melhor tinha know how para dublar esse tipo de projeto, uma pena que foi a Dublavídeo, com aquelas traduções púdicas da época, que foi quem pegou os maiores projetos do gênero feitos em SP na época.
Agora voltando ao assunto do tópico, se tratando de South Park, mais precária que tenha sido e seja a dublagem de Miami até hoje, foi a visão artística da Marta Rhaulin e dos co-diretores da BVI Communications e Kitchen (Mônica Maioli e o Gerson Quadrado tempos depois) que contribuiu para o sucesso da dublagem em si. É uma pena que ela não esteja mais nesse trabalho. Sem ela, a dublagem do desenho em Miami não vale nada, essa é a verdade, com todo respeito aos que ainda restam do elenco das temporadas mais antigas (até a 16ª), mas é a realidade.
E aí, a gente compara com a dublagem do filme (que, por muitos anos, foi a única "autorizada" a ser comentada e elogiada nas bolhas de fãs de dublagem, é a verdade, se isolando do que o público brasileiro normal de fato pensava e tinha como referência em relação à série), é meio que isso que faltou nela também. Quer dizer, o filme era um musical, mas as músicas não eram dubladas; o filme até tinha palavrões, mas tirando isso, o texto em geral era todo quadradinho, sem muitos improvisos e adaptações que pendessem ao caricato; e as vozes também, embora Stan, Cartman e Kyle até soassem caricatos feitos pelo Torreão, Ettore e Barbeito, muita da graça se perdeu. E isso é consequência de visão artística. Só de ter palavrões, a dublagem do filme de SP já sai bem na frente de um Family Guy na Dublavídeo da vida, mas era necessário muito mais do que só botar os bonequinhos xingando.
Nesse aspecto (de entender o caricato da obra), até achei a dublagem do game atual como um todo, melhor que a do filme de SP. Por exemplo, pelas falas do Soretinho sobre matéria escura, é de se imaginar que o Adrian se divertiu dublando elas, só pela entonação que ele deu, e pela própria tentativa (não muito bem sucedida, mas tentaram e é de se respeitar) de dobrar certas vozes. Mas ainda faltou algo.