H4RRY Escreveu:Basicamente, a escolha do Vagner pro Luffy é uma analogia do que o Wendel é pro Goku e o Tatá pro Kenshin. São vozes completamente diferente das originais, que são feitas por mulheres, mas ainda sim funcionam porque são baseadas na imagem. Se One Piece tivesse sido dublado aqui no período que foi dublado Dragon Ball e o Vagner tivesse sido escolhido pro Luffy também, a aceitação do público seria muito maior e com certeza o público já estaria acostumado, e os fãs certamente se movimentariam pra tentar manter a voz dele no personagem, algo parecido com o que acontece hoje com Wendel pro Goku.
Concordo em partes. Olhando apenas o timbre, a comparação faz algum sentido, principalmente com o Tatá. Mas olhando a interpretação, existem algumas diferenças, e gritantes até.
O Vagner interpretava o Luffy de um jeito que, sinceramente, era meio difícil levar o personagem a sério, porque ele parecia mais preocupado em agudar a voz, principalmente em cenas de luta, do que em gritar de verdade e passar a emoção do personagem. As cenas de comédia eram as em que ele se saía melhor, mas nas cenas de luta e drama deixava a desejar. No fim o Luffy do Vagner era basicamente um pirralho brincalhão, porém irritadiço, e com uma voz paradoxalmente grave, e não um adolescente brincalhão, porém determinado a dar a própria vida pra se tornar o Rei dos Piratas.
E só nisso já existe uma diferença entre o que ele fez e o que o Wendel fez com o Goku por exemplo, até porque a própria voz do Wendel ainda que diferente da japonesa, é uma voz bastante suave, e ele pegou o espírito do personagem certinho durante a dublagem da série, como diria o Nelson Machado, foi um trabalho submisso (na medida do possível, até porque vários episódios foram traduzidos do espanhol) ao original, o que não se pode dizer do Vagner no Luffy.
Até o Tatá mesmo, tendo um timbre muito mais diferente do original se comparado à Wendel e Vagner, conseguiu fazer um trabalho mais submisso (como diz o Nelson) do que o Vagner. Apesar do grave da voz, o Kenshin do Tatá ainda era um Kenshin sereno, arrependido dos pecados do passado e você sentia isso na interpretação dele.
OK, não quero massacrar o Vagner aqui, sejamos justos, a versão da 4Kids como um todo atrapalhava o anime de ser levado a sério, e consequentemente a interpretação do Vagner era afetada por isso, com o diferencial de ter uma voz mais baixa que a original. Por essa razão, que há vários comentários atrás eu comentei que gostaria de ver o Vagner dublar o Luffy baseando-se na versão japonesa e com uma direção decente, acredito que o próprio Glauco Marques poderia extrair um trabalho excepcional dele no Luffy do jeito correto, controlando agudos e graves, guiando-o pra fazer algo que seja agradável aos ouvidos do público; porém, a Toei não quis nem saber e pediu uma mulher, e agora já foi.
Se uma mulher tivesse dublado o Luffy em 2005, uma Fátima Noya ou Júlia Castro da vida, a gente nem estaria discutindo isso agora. Esse é o ponto.
E se One Piece tivesse sido dublado aqui em 2002 por exemplo, talvez nem o Vagner tivessem escolhido, até porque provavelmente teria ido pra Álamo (e não pra DPN), com uma outra direção e tudo teria sido diferente. Então fica difícil fazer futurologia a esse ponto.